segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A carta que nunca entreguei....

“Querida” tia,
Oitenta anos, uma vida… Repleta de amargura, mentiras e carências que se tornaram um hábito. Difícil é distinguir, onde acaba a verdade e começa a mentira.
Não importa, se fere susceptibilidades ou não, importante é magoar e aniquilar quem ameaça atravessar-se no caminho, quem não cumpre as suas ordens e sobretudo quem ouse contradizê-la.
Com duas caras e excelente jogo de cintura, lá foi semeando a discórdia e maus ventos entre a família e amigos.
Por fim, chegou o dia do juízo final, credibilidade igual a zero, muito naturalmente as verdades vieram ao de cima e o reinado chegou ao fim!
Resta um “General” sem comando, um quartel vazio e alguns soldados ainda fiéis que vão espreitando com pena do que resta, como ser humano….
Julga ter tido sempre, uma conduta irrepreensível, julga-se uma vítima…só se, do seu próprio veneno.
Algumas das pessoas que fez sofrer, já a perdoaram, outras estão a tentar, outras nem querem ouvir falar, outras nem sonham quanto mal, lhes fez.
Um dia, quem sabe….perdoar-lhe-ei, quem sabe visualizarei arrependimento nos seus olhos, humildade nos seus gestos, desprovida de maldade e segundas intenções e quando esse dia chegar eu estarei aqui …. Tia Linita e dir-lhe-ei, o passado não importa, vamos juntas olhar o futuro, nunca é tarde para corrigir os erros da vida.
Sua sobrinha
Belinha

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